quinta-feira, 27 de junho de 2013

Palestra - Como Ajudar a Criança a Evoluir Emocionalmente através do Brincar - Actividades Práticas.



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O CRESCIMENTO FAZ-SE POR "ESCADINHAS"....QUE O BRINCAR AJUDA A SUBIR!!!

Gosto sempre muito de usar a analogia das "escadinhas" para descrever a evolução da construção do EU da criança...

Elas têm de passar por todos os degraus, para que essa construção seja feita de uma forma saudável e securizante...Caso assim não aconteça, a criança vai ficar, na sua evolução, com um vazio, uma falha, que pode ter repercussões serias, mais tarde, a nível da sua construção pessoal, social e emocional.

O brincar tem um papel fundamental nesta evolução, nesta subida de "escadinhas". 

Para cada idade há diferentes etapas que a criança tem de ultrapassar, vivenciar para conseguir avançar nas suas "escadinhas". A minha proposta é, através de atividades praticas, mostrar, na pratica, aos pais, quais as brincadeiras mais adequadas a cada idade e a cada fase em que a criança se encontra...

O brincar é a linguagem universal da criança e, sem dúvida, é através dele (do brincar) que podemos ajudar os nossos filhos nesse processo que nem sempre é fácil, que "acode" pelo nome de CRESCER!

Fátima Poucochinho
Psicóloga Infanto Juvenil

Hospital Particular do Algarve

segunda-feira, 20 de maio de 2013

COMO ENSINAR UMA CRIANÇA A FAZER AMIGOS



Às vezes sente que o seu filho prefere estar com adultos do que com crianças da idade dele? Sente que ele até quer fazer amizades mas depois não as consegue manter?

Se este sentimento existe, tem de fazer alguma coisa pois claramente o seu filho está com dificuldades a nível do seu processo de socialização o que é mau para ele em varias aspectos, principalmente a nível pessoal, pois a imagem que ele constrói está também muito relacionada com o que ele sente que os outros pensam em relação a si.

Obrigar os seus filhos a fazerem amigos não adianta de muito. Para conseguir obter o resultado desejado tem que saber lidar com esta situação naturalmente .

As formas de carinho que os familiares mostram às crianças são diferentes das formas dos amigos. E, ter amigos oferecerá independência e ajudará no desenvolvimento da criança. Se para algumas crianças fazer amigos é algo que lhes “sai” naturalmente, para outras crianças é mais complicado. Então ai entramos nós, os pais, sendo o nosso papel ensinar o nosso filho a fazer o que ele não está, de forma imediata e natural, a conseguir fazer que é...FAZER AMIGOS.

Como sempre, o nosso melhor “ensinamento” aos nossos filhos é o limite...O limite é fundamental para que ele entenda que deve respeitar o espaço do outro e, só assim conseguirá fazer e manter os amigos.

A criança precisa desenvolver o seu EU de uma forma segura, de uma forma que lhe permita autonomizar-se do adulto confiante e sem medos...O fazer amigos serve para mostrar às crianças que existem outras formas de afeto além da família. E isso ajuda, sem duvida, na sua independência em relação ao adulto e no seu desenvolvimento emocional.

Sendo assim aqui ficam algumas dicas para o conseguir:
• Ajude o seu filho a perceber que os amigos não se “apanham”...os amigos tem de ser conquistados. Temos de fazer para os merecer....! Para os merecer existem varias coisas que podemos fazer...

• Respeitar os outros à nossa volta...não gozar, não fazer piadas, nem chamar nomes...Isso é ser “repelente” de amigos...Todos gostam de ser respeitados e, quando o são, sente-se felizes e querem estar ao pé de quem os respeita....Converse acerca disso com o seu filho!

• Ensine o seu filho a partilhar as suas coisas...a partilha gera troca de brinquedos, troca de brincadeiras e , logo, gera amizade!

• Ensine o seu filho a perceber o “agora tu, agora eu”, ou seja, ensine o seu filho a dar a vez, brincando ora ele, ora o colega. Pode estimular este tipo de ação através de algo tão simples como a construção de uma torre em casa.....Estimule o seu filho a deixar que por cada vez que ele coloca uma peça, o pai/mãe deve colocar outra, continuando assim até a torre estar muuuito alta! À medida que vai fazendo esta ação vá dizendo agora tu ( e dê a vez à criança), depois diga “agora eu” e mesmo que a criança queira ser ela a colocar a peça, não permita e torne e repetir com calma “não filho, agora é a vez do pia/ mãe..lembras-te...agora eu, agora tu....”

• Existe livros muito interessantes sobre esta temática do fazer amigos...leia para o seu filho e converse com ele sobre a leitura...um livro bem interessante é o “Vamos fazer amigos” da AMBAR.

• Não dê tudo ao seu filho. Este é um erro comum entre todos os pais e o resultado disso é uma criança completamente centrada em si, sem capacidade para se colocar no lugar do outro, tornando-se chata para os outros, seus pares, precisamente porque quer que tudo seja à sua maneira. Estabeleça-lhe limites!

Se acha que já fez tudo isto e a curto/médio prazo não vê resultados, se vê que o seu filho se mantém demasiado reservado, então o melhor é levá-lo a um psicólogo. Caso ele esteja constantemente ansioso, fique incomodado com pessoas, chore compulsivamente por não querer ninguém, então está mais do que na hora de o ajudar.

Fátima Poucochinho
Psicóloga Infanto Juvenil
Hospital Particular do Algarve - Alvor

A DISCIPLINA E A IMPOSIÇÃO DE LIMITES....




A disciplina é mais do que dizer “Faz isto porque eu estou a dizer“!

Sugiro uma pequena reflexão aos pais, para este final de Domingo...

Pensem nesta situação como se ela se passasse com vocês, pais...
Se o vosso patrão vos mandar/ordenar fazer alguma coisa, vocês até fazem mas, não o fazem com a mesma motivação que o fariam se o vosso patrão em vez de ser agressivo, dialogasse convosco e vos pedisse de forma gentil, explicando o porquê do seu pedido!

O mesmo se passa com o vosso filho....Se em vez de disciplinarem com o "Sim porque eu mando", ajudarem a criança a organizar o seu pensamento e a entender o porquê desse pedido, de certeza que a criança o vai realizar de uma forma muito mais empenhada e sem "birras".

Quando nos dizem para fazer algo de forma agressiva, a chamado imposição de limites através da educação autoritária, o que vai acontecer é que vamos obedecer por medo de ser punidos e não por percebermos realmente a tarefa ou nos motivarmos para ela....

O mesmo se passa com uma criança. Se o tipo de limite que usa com ela é o autoritário, corre o serio risco da criança obedecer apenas por medo, sem respeito pela sua pessoa, com a agravante de que não a está a ajudar a elaborar uma actividade reflexiva e orientadora da sua atitude.

Não há formas de impor limites perfeitas, nem técnicas perfeitas...Existem sim formas que nós, pais, percebendo o que o nosso filho precisa para crescer de forma saudável, podemos fazer.

Sem duvida, para crescer de forma saudável, a criança necessita ter autonomia para pensar. Para isso, é fundamental a clareza da comunicação e o estimulo do raciocínio...é necessário educar para a construção da autonomia!

ENTÃO....PENSE E ANALISE QUAL É O SEU ESTILO EDUCATIVO DOMINANTE...PENSE NAS CONSEQUÊNCIAS POSITIVAS E NEGATIVAS DO MÉTODO QUE ESTÁ A USAR E, REPENSE-O EM FUNÇÃO DISSO!!!!

Desejo um excelente momento de reflexão a todos os pais...os filhotes agradecem


Texto adaptado do manual para pais da palestra " A importância do não na auto estima da criança"

Fátima Poucochinho
Psicóloga Infanto Juvenil
Hospital Particular do Algarve

A PRÉ ADOLESCÊNCIA E A COMUNICAÇÃO ENTRE PAIS E FILHOS....



Se para os pré-adolescentes esta fase de transições é difícil, não o é menos para os pais! Os nossos filhos passam de crianças meigas, carinhosas, amigas e preocupadas, para “outros filhos quaisquer”, que nós não reconhecemos, com caprichos, arrogância, mania de responder o que lhes apetece sem a anterior preocupação de magoar os pais! E há ainda a crescente necessidade de afirmação, que leva a atitudes desafiadoras da nossa autoridade enquanto pais ou a comportamentos desajustados!

Tudo isto é bastante complicado de gerir para os pais, sobretudo com o tempo (que cada vez vai sendo menos) para estarmos realmente disponíveis para eles, sem ser para nos estarmos a chatear porque o professor disse isto ou disse aquilo, ou porque não estudou, ou porque....sei lá mais o quê....!É um facto que muitas vezes o acompanhamento não é o que desejaríamos que fosse...

Há muitas mudanças a acontecer no pré-adolescente - físicas, emocionais e sociais. Os complexos com a imagem corporal, a necessidade de afirmação, o desejo de ser bem aceite entre os pares ou o despertar da sexualidade são algumas das dificuldades por que passam os filhos nesta idade e que, naturalmente, fazem eco nas preocupações dos pais.

Por outro lado, os pais sabem que a partir do momento em que os filhos começam a tornar-se adultos, a sua relação com os filhos mudará e têm receio de perder os «seus meninos».

A comunicação entre pais e filhos pode tornar-se muito difícil nesta fase. As mudanças inerentes a esta fase de transição alteram a forma como pais e filhos comunicam e se não houver um ajuste de parte a parte, é fácil criar roturas.
É fantasioso desejar uma comunicação aberta com os nossos filhos pré-adolescentes se não cultivamos um diálogo genuíno e fluido com eles enquanto crianças. Não nos podemos esquecer que já não são crianças pequenas (e por isso não os vamos tratar de forma infantil), mas também não os podemos tratar como se já fossem adultos (exigindo deles comportamentos que ainda não conseguem ter).

É um equilíbrio delicado, que se faz de vários avanços e recuos, sendo necessária muita paciência para que os momentos de sintonia e harmonia possam continuar a existir...Acima de tudo o importante é não «fechar portas».
Por vezes os pais pretendem «dar espaço» aos filhos ou acham que eles já não gostam ou não querem estar com os pais. É verdade que os filhos na puberdade começam a sentir uma necessidade de se afastar, mas isso não significa que não gostam dos pais ou que não querem saber da sua opinião.

No meio disto tudo, nós, pais, somos o adulto e, cabe ao adulto, organizar um pré adolescente que, pelo próprio conceito do nome, se entende que internamente deve estar um pouco caótico...Cabe-nos a nós, pais, manter a calma, respirar fundo por vezes, e não nos deixarmos irritar ou ficar zangados com as atitudes dos nossos filhos. Ignorar as perguntas que nos fazem, ser sistematicamente irónico com eles ou menosprezar os seus problemas e dilemas, só serve para os afastar de nós!

No entanto...ninguém é perfeito e...há dias assim...Hoje foi o meu dia.....Um mau dia de parentalidade...
Entre mil e um que foram bons e é ai que temos de nos centrar...Não somos perfeitos, erramos mas, também acertamos e, nos maus dias é importante lembrar aqueles que foram bons para ir rebuscar essa atitude que permitiu que, nessas mil e uma vezes boas, tudo corresse bem...

Desistir? NUNCA!

Estar disponível para aceitar que na parentalidade estamos sempre a aprender? SEMPRE!

Nem sempre é fácil, porque de facto em algumas situações eles conseguem ser arrogantes, e magoam-nos a sério mas, no fundo, eles também estão magoados...Existe um imenso desfasamento entre o desenvolvimento do corpo e das emoções, e daí o seu comportamento oscilar entre comportamentos infantis e tentativas por vezes desastradas de imitar o mundo dos adultos.

É preciso paciência e firmeza na orientação do seu comportamento, até que «aprendam» a regular-se melhor... É esse exatamente o papel dos pais...Ajudar a regular o comportamento dos filhos, promovendo a sua crescente autonomia, mas garantindo também a sua segurança.

normal que, gradualmente, se possa começar a negociar com os filhos algumas regras e formas de funcionamento.
Podemos ser flexíveis no estabelecimento de regras, mas uma vez estabelecidas, devemos ser firmes no seu cumprimento. Um erro grave é estabelecer regras que sistematicamente são quebradas ou prometer castigos que depois não são cumpridos. É fundamental que os pais tenham muito cuidado com o que prometem!

Fátima Poucochinho
Psicóloga Infanto Juvenil
Hospital Particular do Algarve