sábado, 30 de março de 2013

A IMPORTÂNCIA DO ELOGIO DADO NO MOMENTO CERTO, DA MANEIRA CERTA E NA MEDIDA CERTA...



Se a criação de regras, uma repreensão, um dizer não, o travar de um determinado comportamento são ferramentas da educação necessárias para o desenvolvimento do sentimento de segurança e confiança das crianças, os elogios também ocupam um papel fundamental nessa tarefa que é o educar...

Educar não é uma tarefa fácil, pois não é fácil saber sempre qual o momento ideal para fazer isto, para fazer aquilo...enfim, nem sempre é fácil perceber quando é o “momento certo” para dizer o não, para dar o castigo ou mesmo para elogiar....

E por isso, por vezes, algumas atitudes certas tornam-se erradas por falta de sentido de oportunidade. Uma brincadeira na altura em que devia haver uma rotina, um sim no momento em que é preciso o não, um castigo ou uma repreensão na hora que deveria estar reservada a um elogio, rapidamente podem perder o efeito pedagógico para passarem a ter um efeito contrário.

Em relação aos elogios, é importante termos a noção que, na verdade, existem sim momentos mais certos que outros para os fazermos os nossos filhos e que, sim, é errado elogiar em demasia, pois podemos correr o risco de perder o efeito tão benéfico que essa ação tem!

As crianças sabem reconhecer quando lhes estão a dar uma "palmadinha nas costas" para não ouvir o seu choro ou não perder tempo a desconstruir as suas frustrações. O elogio deve ser dado sempre que houver um comportamento que deva ser valorizado. Deve ser sincero para que a criança o sinta como verdadeiro e compreenda que atitudes deve ter no seu dia a dia.

O elogio é, sem duvida , uma ferramenta de relevo no desenvolvimento da autoestima e, o contexto familiar é aquele que primeiro influencia os mais pequenos. Mas, se usado de forma descontextualizada e excessiva, o efeito é o contrario...

Outro aspeto muito importante é ter em atenção que as crianças devem ser valorizadas por aquilo que conseguem e não em comparação com os outros. É importante que percebam que algumas pessoas têm mais capacidades para umas coisas que outras e que sintam que não é por terem piores resultados que os pais vão gostar menos delas. Devem ter a ideia realista de que podem ter piores resultados que outras.

É importante ensinar à criança que ela pode fazer algumas coisas bem e que pode não conseguir fazer outras coisas e que esperamos que faça o melhor que puder.

Elogiar não é sinónimo de competir e os pais não o devem fazer com base na comparação de resultados relativamente aos outros. Elogiar uma criança só quando obtém resultados e é melhor do que os outros não contribuirá para a sua autoestima; ninguém é o melhor em tudo e as crianças também o sabem. Em alturas em que não ganhem uma corrida, um concurso ou em que não tirem a melhor nota, questionar-se-ão se os pais ainda gostarão delas.

O elogio é realmente uma ferramenta importante para um saudável desenvolvimento emocional da criança mas, apenas quando dado no momento certo, da maneira certa e na medida certa. Quando o é feito desta forma, tem muitos benefícios, permitindo criar sentimentos de segurança, autoestima e confiança na criança.

Fátima Poucochinho
Psicóloga Infanto Juvenil

quarta-feira, 27 de março de 2013

SEMANA DO ELOGIO


Olá Pais, Tenho um desafio para vos fazer...

Vamos fazer a semana do elogio...Durante esta semana quero ver na pagina muitos, mas mesmo muitos elogios aos vossos filhotes...É um treino para não nos centramos só nas coisas menos boas, nas asneiras...Afinal, os nossos filhos têm muitas coisas boas...às vezes precisamos é de um clique para não as esquecermos e, MUITO IMPORTANTE, para as lembrarmos aos nossos filhotes!
Fica o desafio...A COMEÇAR A PARTIR DE......AGORA!!!!!

A SENSIBILIDADE DA CRIANÇA E O QUE NÃO DEVEMOS DIZER OU FAZER....



As crianças são seres sensíveis e que, como ainda não têm o seu EU completamente formado (está ainda em fase de construção com os tijolos que as figuras importantes à sua volta vão colocando), absorvem tudo o que lhes é dito como verdades absolutas.

Por isso é tão bom reforçar as suas coisas boas, mostrar a nossa disponibilidade para as suas coisas para que se sintam importantes mas, por isso, é também muito importante ter em atenção que existem algumas expressões que danificam de forma significativa e dolorosa esse EU em construção.

Muitas vezes, quando as crianças se portam mal ou não procedem de acordo com o que esperamos delas surge o “não gosto de ti...és um(a) menina(o) má(o). NUNCA...É das piores coisas que se pode dizer para alguém que está ainda a conhecer-se a perceber-se. Vai criar na criança sentimentos de inferioridade que, sem duvida, vão afetar a formação da sua auto imagem.

Outra situação que acontece com muita frequência é o dizer” Só me apetece...nem sei...até tenho medo de te bater” ou “ Vais levar a sério...agora é que vais ver o que é doer...” ERRADO também... O que gera a educação é a firmeza e nunca a agressividade. Ameaças desse tipo servem somente para que a criança fique com medo dos pais e não respeito que, afinal, é o que se pretende dos nossos filhos...Que eles nos respeitem enquanto pais.

Por fim mas não menos usada vem a celebre frase “Se fizeres o que te digo dou-te um brinquedo”. Muito complicada para o bem estar emocional da criança esta frase!!!! Ter um bom comportamento, fazer os TPCs são responsabilidades dos filhos, são deveres que eles tem para com os pais e, é fundamental que as crianças percebam que têm direitos mas que, para que esses direito possam existir, têm de corresponder também com deveres para com os pais...Quando os pais fazem acordos deste tipo com os filhos fazem com que eles pensem que aquilo não é uma obrigação deles.

Em suma, o meu alerta vai para que os pais nunca se
esqueçam de que são os “pedreiros” da casa, ou seja, do EU dos vossos filhos. Tudo o que fazem, tudo o que dizem, é um tijolo que vai segurar essa base, por isso, convém que os tijolos de base sejam fortes e seguros para que a “casa” não desabe. Tenho falado muito do que devem fazer para colocar bons tijolos...Hoje quis variar e alertar-vos para o que não devem fazer ou dizer...

Espero que possa ser produtivo!

Fátima Poucochinho
Psicóloga Infanto Juvenil

O MEU FILHO É MUITO ANSIOSO....COMO POSSO AJUDÁ-LO?



Hoje me dia muitas são as crianças com sintomatologia ansiosa. Como as grandes figuras de referência delas são os pais a vossa ajuda é preciosa para minimizar esta “agitação” mental constante:

- Normalmente um dos problemas destas crianças é que querem fazer tudo ao mesmo tempo...resultado?...Acabam por não conseguir fazer nada da forma adequada...Uma forma de as ajudar pode ser ajuda-las a estruturar o seu dia a dia...Se em vez de se proporem a fazer 20 tarefas, escolherem 4, essas 4 podem ser escritas num papel e à medida que as forem realizado vão colocando um OK! Esse ato de registar “o feito” aumenta a autoestima e reduz a ansiedade, pois se 20 tarefas são impossíveis de realizar num dia, 4 são “pêra doce”

- Outra coisa importante a fazer é ouvir com atenção sempre que a criança vos procurar para falar dos seus medos ou preocupações. Não cometa o erro de menosprezar o sentir da criança ou dizer-lhe “isso não é nada”...Preste-lhe realmente atenção, esteja disponível e demonstre que a compreende....a mensagem importante a passar para a criança é que a compreende , que percebem que está a passar uma fase complicada mas que acreditam nela para a resolver.

- É fundamental para minimizar a sua ansiedade que o ambiente à sua volta esteja organizado e estruturado. Assim, pode ajuda-la a criar a sua rotina com os horários. Por exemplo, ao chegar da escola, determine o horário para fazer os deveres, brincar, tomar banho etc.

- As atividades extracurriculares são muito importante mas...Tudo o que é demais é erro... É muito cansativo ter escola, inglês, natação, etc. É necessário que a criança tenha tempo para brincar e organizar-se, planeja o seu estudo a cada dia. Quando a criança está integrada em muitas atividades, além de ser muito exaustivo, a rotina está pronta e não é possível descobrir a melhor forma de se organizar.

- É preciso ter tempo livre.

- Existe uma idade para tudo. Apesar de ser importante as crianças terem uma noção do que se passa à sua volta, quando são muito pequeninas (até aos 4-5 anos) devemos evitar que assistam ao telejornal com notícias desagradáveis, fatalidades ou ouvir conversas de adultos com comentários sobre isso. Vai gera-lhe muita ansiedade por exemplo se assiste a uma noticia de um avião que caiu e, depois, tem de passar pela experiência de o pai ou mãe ou ambos irem fazer uma viagem de avião. Uma criança nessa idade, não sabe discernir que isso é uma tragédia e que não está sempre a acontecer.

- A disponibilidade para os nossos filhos é importante mas, mais importante ainda é respeitar o espaço deles...se sente o seu filho preocupado com algo mostre que está disponível mas, não seja intrusivo...a Criança precisa d espaço para “ e perceber os seus sentires! Se a criança continua sem querer falar após um tempo basta apenas dizer-lhe que já se sentiu assim, e quando conversou a respeito se sentiu bem melhor. A seu tempo a criança vai perceber que pode recorrer a si.

- Separe a sua autoestima da do seu filho. Muitas vezes os filhos tem que ser perfeitos para que os pais se sintam bons pais. Quando eles fracassam parece que o fracasso é dos pais. Isso aumenta muito a ansiedade das crianças, que acabam por sentir que não correspondem ao que os pais esperam deles.

- Reconheça os pontos fortes e fracos de seu filho. Saiba valorizar os fortes, incentivando e elogiando. E ajude a superar os pontos fracos.

- Não o compare com outras crianças ou irmãos.

- Ensine ao seu filho as regras para se acalmar:
- Regra 1 – colocar a mão na barriga
- Regra 2 – perceber o que está a sentir
- Regra 3 – dizer STOP a esse sentimento desconfortável
- Regra 4 – respeitar fundo

Fátima Poucochinho
Psicóloga Infanto Juvenil

segunda-feira, 25 de março de 2013

UMA CRIANÇA QUE SE MEXE MUITO É SEMPRE HIPERACTIVA???



A hiperatividade é um estado patológico que se caracteriza por problemas de concentração, quando as crianças mudam de atividade rapidamente, sem concluir o que iniciaram ou quando são distraídas por mínimos barulhos ao redor; impulsividade, quando reagem sem pensar nos resultados e consequências, quando são impacientes e interrompem conversas e tarefas alheias sem nenhum receio; movimentos excessivos, quando as crianças não permanecem sentadas ou sem lidar com objetos. Ainda são sintomas desse quadro as dificuldades em organizar tarefas comuns, problemas de socialização por fatores agressivos e demora para acalmar-se antes de dormir.

Agora...Dentro do que é a hiperatividade é muito importante realizar aquilo a que chamamos diagnostico diferencial. Diagnóstico diferencial é a analise psicológica/clínica que é realizada à criança, de modo a perceber de onde vem a sua agitação.

Nas crianças a agitação motora excessiva pode ser sintoma de varias patologias que não só a hiperatividade. Uma dessas patologias é a perturbação emocional.

As crianças são de facto um “mundo” engraçado....Elas conseguem arranjar defesas muito melhores que as dos adultos para evitarem o sofrimento e isto porque, para elas, crianças, com um sistema neurológico ainda em formação, a dor psíquica torna-se insuportável e a criança, pura e simplesmente tem de arranjar forma de tornar o insuportável suportável. Normalmente o que faz é mexe-se, mexe-se muito para não pensar, pois é quando pensa que o sofrimento e a angustia aparecem.

Assim, podem existir situações de hiperatividade pura, primaria, que surge como um quadro neurológico e como o problema em si ou, pode existir uma hiperatividade que surge como sintoma, como mecanismo de defesa e ai falamos de uma hiperatividade secundária, ou seja, falamos de um quadro que não é o problema em si mas antes sintoma de algo mais profundo e angustiante para a criança.

No primeiro caso, a criança deve ser logo encaminhada para consulta de desenvolvimento de modo a analisar qual a melhor terapêutica medicamentosa para ajudar a criança a acalmar e assim sentir-se melhor consigo mesmo, principalmente a nível escolar e social.

No ultimo caso, a primeira coisa a fazer é alertar os pais e ajuda-los a perceber o que poderá estar a gerar tanta angustia na criança, de modo a podermos reduzi-la. Em muitas situações essa angustia tem a ver como modo como a estrutura familiar está organizada (ou desorganizada) e ai existem algumas estratégias que podem ser fornecidas à família para atenuar o sofrimento da criança e assim reduzir a sua agitação.
De seguida dou algumas sugestões muito gerais porque cada caso é um caso, cada criança tem a sua própria individualidade e, não há receitas magicas ou medicamentos iguais para toda a gente para resolver o problema.

Aqui ficam algumas estratégias para os pais:
- As crianças com défice de atenção necessitam de organização, de estrutura, de directrizes e de repetições. O estabelecimento de regras, expostas e de fácil leitura, ajuda a criança a saber o que é esperado dela, o que lhe transmite segurança. O fazer com a criança, em família, um conjunto de regras, exposto na sala ou num local visível, de uma forma apelativa, é um meio auxiliar muito eficaz. Convém ter em conta a necessidade das regras serem colocadas na positiva, e de se recorrer a elas sempre que uma seja desrespeitada. As crianças necessitam ouvir com frequência, por isso repita-as, fale acerca delas, promova o diálogo, etc.

- Dar feedback, de uma forma construtiva, com frequência. As crianças beneficiam muito com o retorno frequente do seu resultado. Tal facilita a ocorrência dum comportamento desejável, possibilitando à criança saber o que lhe é esperado, e se está a atingir as metas esperadas, o que pode ser um excelente incentivo.

- Na maioria dos casos, quando se corrige uma criança, existe a tendência para dizer :"Não faças isso"; quando o que surtirá mais efeito será dizer: "Faz isso". Procurar dizer pela positiva, ao invés da negativa. Desta forma permite-se à crianças interiorizar o que tem de fazer, o que se espera dela, ao invés do que o que não se espera que realize.

- Valorize sempre mais o esforço do que o resultado final. Normalmente são crianças com baixa auto-estima e , por isso, convém que a criança seja "alimentada" com incentivos e apoios, não apenas quando termina tarefas, mas também durante a realização das mesmas.

- Deve-se procurar salientar os aspectos positivos da criança, evitando tratá-lo por apelidos ou realizar comentários depreciativos. Quando for necessário criticar, deve-se criticar o comportamento específico, mostrando, no entanto, que ela pode melhorar e, de uma forma pedagógica, mostrar-lhe a forma correta de agir. Perguntas do género "Sabes o que fizeste?, ou "Como é que achas que podias ter feito de forma diferente?" ajudam a promover a auto-observação.

- Estabelecer tarefas de conclusão rápida (inicialmente), começando a aumentar gradualmente a complexidade e duração das mesmas, fomentando a aprendizagem da organização.

- Relativamente a grandes tarefas, procurar dividir em menores. Grandes tarefas, em crianças dificuldade em manterem-se quietas, frequentemente resultam num nível de resposta do tipo "eu não sou capaz". Pela divisão de tarefas, o adulto pode permitir à criança que demonstre a si própria que é capaz, e evitar sentimentos de frustração.

- É muito importante a criança praticar um desporto pois vai ajuda-la a descarregar energias. Veja com o seu filho qual o desporto que mais o motiva e inscreve-o.

Sugiro também algumas estratégias gerais aos professores:
- Na sala, procurar colocar a criança junto do adulto, tal ajuda a evitar a distração. De igual forma, juntar a criança perto de outras bem comportadas, pois ela necessita de modelos para se estimular

- Procurar juntar as mesas em círculos, ou em "U". Tal facilita o contacto e o "olho a olho" com os restantes colegas, o que ajuda a evitar a dispersão.

- Utilizar, sempre que possível, metodologia visual. Procurar escrever no quadro palavras chave enquanto se fala dos assuntos.

- Alternar atividades mentais e físicas.

- Muitas vezes, o "chamar à atenção" verbal pode ser trocado por um simples olhar, que ajuda a criança a manter-se atenta. O mesmo resultado pode ter um pequeno toque físico quando esta se distraí (Ex.: leve toque no ombro).

- Procurar fomentar a comunicação Pais/Escola, não apenas duma forma reativa, após a ocorrência de dificuldades, mas sim duma forma construtiva e preventiva.

Fátima Poucochinho

TUDO É HIPERACTIVIDADE?


É comum a qualquer criança ser ativa, às vezes, até em excesso. E isso é normal. 

Da mesma forma, é comum, principalmente na escola, crianças desinteressadas pela aula tornarem-se agitadas, perturbarem, o que caracteriza a indisciplina. 

Antes de classificar tudo isso como "hiperatividade", é preciso entender que a hiperatividade é caracterizada pela atividade ininterrupta, ou seja, a criança está ativa vinte e quatro horas por dia, até mesmo a dormir (com sono agitado) e a sua atividade chega à exaustão. E, apesar de exausta, ainda continua com a necessidade de estar em atividade, mesmo que o corpo já não aguente, a mente, continua em ação.

Faz parte do ser criança mexer-se, agitar-se...Nem tudo tem de ser rotulado como HIPERACTIVIDADE.

Se nota uma agitação excessiva no seu filho, antes de deixar que o rotulem, dirija-se a um psicólogo ou neuro psicólogo e faça o despiste clínico para adequadamente se perceber se existe realmente agitação excessiva e, se existe, perceber se é o problema ou um sintoma...O DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL É FUNDAMENTAL!


Fátima Poucochinho

Medicar sem compreender...

Adoro esta citação de Pedro Strecht!

"... Assistimos, hoje em dia, a um aumento de crianças desnecessariamente medicadas.
Mais medicadas, não, necessariamente, melhor tratadas, porque ficará por perceber é que a hiperatividade e défice de atenção são meros sinais e sintomas.
Corre-se o risco de tratar sintomas ou doenças e esquecer crianças ou doentes.
A principal tarefa perante uma criança hiperativa é sempre compreender a origem, o porquê, os significados latentes, desses mesmos sintomas.

Medicar sem compreender é como pôr a chupeta a um bebé sem perceber porque chora.
Não é melhor ver porque chora? Se é fome ou cólicas intestinais?"

Pedro Strecht

A diferença entre inquietude motora e hiperactividade...




A inquietude motora designa uma actividade marcada, com uma quantidade excessiva de movimentos, sem ter uma implicação patológica. A Criança Irrequieta embora com grande atividade consegue alguns momentos de tranquilidade, consegue descansar, consegue parar quando as atividades lhe interessam.
João dos Santos refere mesmo que "...a irrequietude seria uma forma de reação contra a ansiedade, e surge, muitas vezes de um fundo de depressão".


Por outro lado, a Hiperatividade, é um quadro patológico, que se aplica a diversos tipos de comportamento mal organizado, onde domina uma combinação de inquietude e desatenção, inadequada para a idade, com grande intensidade e gravidade dos sintomas. Na Hiperatividade a criança dificilmente conseguirá ter (mesmo que pequenos) momentos de atenção e concentração, não para para brincar ou outras atividades, tem problemas graves no sono, e muita dificuldade em parar.


Apesar de existirem crianças "naturalmente agitadas", é importante estar alerta quando nos deparamos com uma inquietude motora "mais fora do normal",pois ela pode estar a transmitir-nos algo...a criança pode estar em sofrimento e, incapaz de o pensar, utiliza o comportamento como forma de descarga. Age em vez de pensar.
O sintoma psicomotor inicial seria um pedido de atenção ao seu sofrimento.

A instabilidade tem sempre a ver com uma espécie de fuga para a frente. sendo, de algum modo, a procura da “estabilidade” de uma idade anterior, “ e, portanto, uma tentativa de “cura” da ansiedade a que conduz a insegurança” (João dos Santos, 2002).


Por tudo o atrás descrito, alerto sempre para a importância de fazer um adequado diagnóstico diferencial entre Hiperatividade ou Irrequietude motora.


Muitas vezes crianças são rotuladas de hiperactivas e medicadas quando afinal o problema da criança não é a agitação...a agitação é apenas o sintoma de um problema que, ao rotular sem diagnóstico diferencial fica escondido, camuflado e...sem resposta eficaz! Mais grave ainda...Ao "tapar" esse sintoma com a medicação, estamos a anular o pedido de ajuda da criança, perpetuando o seu real problema :(

Fátima Poucochinho

A CRIANÇA/ADOLESCENTE SINTOMA



São aqueles miúdos que, como forma de chamar a atenção, pelos mais variados (e justificados) motivos, recorrem a comportamentos de risco como forma de dizer “estou aqui”!

Normalmente são crianças emocionalmente muito imaturas, que não desenvolveram adequadamente o seu EU e, ficaram estagnados numa fase mais precoce do seu desenvolvimento. Por esse motivo, tal como as crianças mais novas, são muito centradas em si, muito “sedentas” de que tudo gire à sua volta. Não o fazem com má intenção ou com o intuito de magoar alguém...fazem-no porque, como não evoluíram a nível emocional…não sabem fazer ou ser de outra maneira! É extremamente angustiante para eles!

Na verdade, o facto de não terem evoluído adequadamente na construção do seu EU gerou-lhes problemáticas difíceis de gerir à medida que vão crescendo como a incapacidade para buscarem em si recursos para resolverem as suas situações problemáticas, a falta de iniciativa, a falta de motivação, o sentir de que o adulto e os outros existem para satisfazer as suas necessidades…enfim, uma sintomatologia que, se não for trabalhada a tempo acaba por gerar realmente situações patológicas mais graves.

São crianças jovens onde o trabalho terapêutico não é resolver o sintoma de risco…é antes perceber e resolver o problema que levou até ele…quando fazemos isso, ou seja, quando começamos por tentar resolver o sintoma, o que acontece é que resolve-se um e…de seguida aparece outro…e outro…e outro!!!!

Para cada comportamento visível existe sempre um porquê…se a abordagem for meramente sobre o comportamento visível, o problema continua a atormentar estas crianças/jovens que, incapazes de lidar com o ficarem sem a sua muleta (a sintomatologia é a muleta para o não saber lidar com o problema), vão criando cada vez mais sintomas.

Aos pais alerto para estarem atentos aos sintomas…Não partam do principio de que são meras chamadas de atenção...se são, ou não, cabe ao psicólogo diagnosticar e, adequadamente informar os pais acerca do modo como podem ajudar os seus filhos a superar as suas dificuldades, os seus problemas pois, mesmo que se entenda uma sintomatologia como chamada de atenção, essa chamada de atenção existe porque existe também um problema e é nele que temos de trabalhar..Pais, professores, psicólogo e, claro, a própria criança/adolescente!

Fátima Poucochinho

COMO AJUDAR O SEU FILHO/A A LIDAR COM A PERDA…



Mesmo que queira proteger e evitar que os seus filhos sofram, nem sempre depende de si, não se podem evitar tragédias e perdas, mas pode ajudar a ultrapassar essa fase.

As crianças não são como os adultos quando sofrem uma perda; sofrem descontinuamente e não demonstram o seu sofrer. Muitas crianças apenas demonstram o seu sofrer às vezes, e por curtos períodos de tempo. Isto não significa que a criança não sofra, apenas significa que a criança não é capaz de se focar nessa emoção durante muito tempo.

A perda de algum ente querido ou mesmo de um animal de estimação pode ser traumático e perturbar uma criança, fazendo-a sentir-se abandonada e isso acontece porque, dependendo da idade, nem sempre tem maturidade para compreender o que realmente aconteceu e nem sabe como gerir as suas emoções.

Uma criança de 2 ou 3 anos de idade ainda não compreende o conceito de morte, mas sente a tensão familiar que a rodeia.

Uma criança em período pré-escolar com 5 anos poderá compreender um pouco do conceito de morte, mas poderá pensar que a morte é uma espécie de sono em que a pessoa entra, podendo acreditar que a pessoa mais tarde ou mais cedo vai voltar.

Por volta dos 6 anos de idade, a criança começa a sentir medo da morte, e à medida que a idade aumenta percebe que a morte é algo final que acontece a todos.

Uma criança sente saudades da pessoa que partiu e preocupa-se sobre quem, e como essa pessoa está a ser cuidada. Uma criança que está a passar por uma perda necessita de todo o apoio dos adultos que a rodeiam.

Em termos de sintomatologia, usualmente uma criança que está em sofrimento demonstra:
• Maior ansiedade
• Atitudes de fúria sem motivo aparente
• Regressão (passa a ter atitudes de crianças mais novas, como por ex: chuchar no dedo ou fazer xixi na cama
• Culpa-se pelo facto da pessoa ter desaparecido

Não existe um tempo “permitido e normal” durante o qual uma criança possa demonstrar que está a sofrer pela perda. Usualmente os comportamentos desaparecem com o passar do tempo, se o processo de luto se for processando adequadamente. Porém, se o comportamento persistir por um período superior a 4/5 meses deve ser considerada ajuda exterior à família.

Deverá ser considerada ajuda de um psicólogo quando a criança:
• Refere que deseja ir ter com a pessoa que faleceu;

• O rendimento na escola diminui;

• Deixa de conseguir interagir socialmente;

• Começa a apresentar dificuldades em adormecer e a ter pesadelos, de forma sistemática.

COMO PODE AJUDAR…
• Converse com a criança acerca do que se passou de forma tranquila. Diga a verdade de forma simples e responda com a verdade às questões que a criança faz mas, tenha sempre em atenção que há determinadas coisas que a criança não consegue adequadamente interiorizar. Por esse motivo não minta à criança mas omita o que sentir que é demasiado complicado para ela processar. Um exemplo desta situação é o suicídio…Uma criança não consegue processar esse conceito nem o entende adequadamente…como tal, não é necessário referi-lo. A criança fica esclarecida com uma informação que consegue processar que é – esta pessoa de quem eu gosto já não está cá....os pormenores mais complicados devem ser mantidos para o adulto, explicando apenas de acordo com o que a criança consegue processar;

• Certifique-se sempre que a criança compreende as suas respostas;

• Seja paciente, repita as respostas e explique as vezes que forem necessárias;

• Partilhe os seus sentimentos acerca da perda, poderá ajudar a criança a partilhar os dela – não tenha medo de partilhar que está triste ou mesmo de chorar em frente à criança;

• A questão do funeral é sempre complicada….deve ser explicado à criança (numa linguagem que ela entenda) o que é um funeral e perguntar-lhe se quer ir…deve ser uma opção dela. Na minha opinião a criança não deve ir no dia mesmo do funeral onde vão estar muitas pessoas e o ambiente vai ser muito pesado…Ela necessita, para fazer o luto, de ir ao cemitério mas, pode fazê-lo num dia mais calmo sem a confusão e o stress e emoções à flor da pele do dia do funeral.


Fátima Poucochinho

AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA...QUE DIFERENÇAS?



Hoje foi dia de acção de sensibilização para pais na escola Professor José Buisel....a temática foi sobre autonomia nas crianças e como podemos ajudá-las a alcança-la.

Começamos por diferenciar estes dois conceitos, ambos importantes mas, muito diferentes em significado....
Na realidade, AUTONOMIA tem a ver com a capacidade de tomada de decisões,tem a ver com a criança conseguir pensar em alternativas, pensar nas consequências de cada uma delas e , a partir dai ter a capacidade para fazer escolhas, as suas escolhas! Tem a ver com a capacidade de pensar!

INDEPENDÊNCIA, por seu lado, tem a ver com a faculdade da criança fazer as suas rotinas sem depender de outras pessoas, tem a ver com atos, com procedimentos práticos!

Uma criança autónoma é uma criança responsável e capaz de tomar decisões!


Fátima Poucochinho

Psicóloga Infanto Juvenil

AUTO ESTIMA NAS CRIANÇAS



A importância de cultivar e fomentar a auto-estima nas crianças é fundamental, para que deste modo sejam felizes consigo próprias e capazes de diariamente ultrapassar obstáculos sozinhas.

O que uma criança pensa de si própria depende, em grande parte, daquilo que ela sente que as pessoas pensam dela.

Ensinar à criança que há coisas que se sabe fazer bem, e outras que se pode ter mais dificuldades, é essencial para que ela se entenda como um ser completo (com qualidades e com defeitos) construindo a noção de que todos nós erramos e falhamos, ninguém é perfeito e os erros...são aprendizagens!

Fátima Poucochinho

ESCOLA E FAMÍLIA…A IMPORTÂNCIA DA SINCRONIA ENTRE AMBOS OS CONTEXTOS….



Os pais precisam da escola e a escola precisa do apoio da família para realizar um bom trabalho.
É extremamente prejudicial para a criança e para um adequado processo ensino aprendizagem que os pais falem mal do professor em frente aos filhos…Ao fazê-lo estão a retirar a autoridade e o respeito que é suposto o aluno ter perante o professor para poder adequadamente aprender.

O contrario também é valido…os professores precisam respeitar a criança para que esta os respeite…se não respeitam os pais, tecendo comentários menos bons em relação à sua conduta, a criança ai também vai aprender a não os respeitar enquanto figura de autoridade, o que é muito grave pois os pais são parte fundamental na educação dos seus filhos.

Fátima Poucochinho

domingo, 24 de março de 2013

A IMPORTÂNCIA DOS AFECTOS



O afecto precisa de tempo porque a pressa é inimiga da perfeição e, quando temos pressa e não estamos disponíveis os sinais de que algo não está bem com a criança podem não ser detectados. 

O tempo que os pais estão com os seus filhos é mínimo... Muitas vezes nesta rotina do dia-a-dia, em que os põem nas escolas muito cedo e em que os vão buscar muito tarde, depois têm praticamente 1h30m antes de os pôr a dormir e nessa 1h30m é um tempo que é pouco e que não é de qualidade, de facto, porque os pais não estão disponíveis interiormente e não estão atentos aos sinais das crianças.

E esses sinais, nas crianças, podem revelar agressividade, isolamento, birras, choro, desorganização, regulação do sono, controlo dos esfíncteres, entre outros.

E quando nos damos conta, podem surgir arrependimentos.

Não podemos pensar "vamos trabalhar muito agora para depois mais tarde estarmos mais tempo com os nossos filhos", porque depois esse tempo pode já não chegar ou chegar numa idade em que as coisas já são diferentes.

Mas como o amor supera tudo, é possível atenuar e reverter, desde que se esteja atento e se queira.

Atenuar, por exemplo, por outras figuras de afecto e reverter, porque todos os pais vão sempre a tempo de aprender.
É possível reverter sempre; não quer dizer que não fiquem mágoas; muitas vezes o que acontece é que estas crianças precisam de substitutos do afecto... se os pais não conseguirem reverter eles o processo e ser mais afectuosos, são crianças que provavelmente precisam do afecto de outras pessoas, dos avós, da educadora.

E quem não sabe pergunta, observa e aprende. Uma das formas é a modelagem, ou seja, a pessoa fazer para os pais aprenderem a "fazer com". Muitas vezes a pessoa não sabe como fazer, mas vendo outros fazer pode conseguir modificar a sua própria atitude.

O afecto não é o único elemento que interfere na construção da personalidade das crianças, nem é o único que dita o sucesso na vida futura, mas contribui para formar uma pessoa feliz e inteligente emocionalmente, capaz de lidar consigo e estabelecer relações e laços com os outros.

Fátima Poucochinho
Psicóloga Infanto Juvenil

DICAS PARA UMA PARENTALIDADE MAIS FELIZ!



BRINCAR DESDE CEDO COM OS SEUS FILHO é fundamental…Não me canso de repetir…o brincar é a base de todas a descobertas e de um desenvolvimento emocional saudável…Uma criança precisa de pais que possam representar uma companhia divertida e que os faça sentir bem.

SER POSITIVO
Sei que nos dias de hoje ser positivo é cada vez mais difícil mas, pelos nossos filhos (e mesmo por nós) há que tentar! O stress leva a uma maior agressividade, a um maior descontrolo do impulso e, logo a uma maior irritabilidade e menos paciência…As crianças absorvem isso como esponjas, estando a agressividade infantil directamente relacionada com o clima emocional que a criança encontra em casa. Ao chegar a casa tente abstrair-se do stress e centrar-se nos seres maravilhosos, saudáveis e ávidos pela sua presença que tem em casa…Evite atitudes negativas na presença das crianças e “alimente-as”com positivismo!

ESTIMULAR A EXPRESSÃO DE AFECTOS
Uma criança não deve ser incentivada a reprimir os seus pensamentos e sentimentos. Um filho saudável é aquele que se sabe entender a si mesmo, nos erros e acertos, e os pais têm um papel crucial nesse sentido, mais do que com palavras, com exemplos. Se o pai ou mãe está triste não há qualquer problema e chorar em frente à criança…ao fazê-lo está a mostrar à criança que também ela é livre para expressar o seu sentir e isso é fundamental para o seu bem estar psíquico.

DÊ LIBERDADE
É primordial deixar os filhos saírem pouco a pouco das asas dos pais. Impedir que os filhos vivenciem determinadas situações não apenas atrasa a experiência das crianças, mas também origina problemas como ansiedade, individualismo e um “embutamento” natural a novas experiências. Lembro-me com frequência da educadora do meu filho dizer-me “Fatinha…o Henrique precisa aprender a usar as asas…senão nunca vai aprender a voar…”! Ela tinha toda a razão!

CONSERVE O SEU CASAMENTO

Um dos maiores trunfos de educação dos filhos não está na sua relação direta com eles, mas sim entre si e o seu cônjuge: um casamento estável aumenta as hipóteses de segurança emocional dos pequenos. Por isso, de vez em quando, ponha as crianças com os avós ou com uns amigos e vá namorar!!!!

ESTEJA ATENTO À SUA SAÚDE MENTAL

Nenhuma criança consegue ser 100% estável mentalmente se os seus próprios pais tiverem problemas nesse sentido. Mães deprimidas, por exemplo, contribuem para aumento do stress desde a primeira infância. .. Os pais precisam de estar bem consigo mesmos para poderem dar uma estrutura equilibrada aos seus filhos, por isso, se sentir que precisa de um ”descanso de filhos”, nem que seja por10/15 minutos faça-o! … Da mesma maneira que a criança precisa de um tempo especial consigo, também os pais precisam de um tempo para carregar baterias...Não há mal nenhum nisso, pelo contrário. Dessa forma, quando for ter com a criança, vai estar realmente disponível para ela, que é o que é realmente importante!


PERMITA A ARGUMENTAÇÃO

É claro que não deve deixar o seu filho dizer sempre aquilo que pensa a qualquer hora, mas, é muito importante a criança perceber que a sua opinião é o seu maior tesouro!!!! Pais que sufocam completamente a argumentação das crianças durante uma discussão ajudam a criar adolescentes que não sabem lidar com situações de oposição. É necessário haver diálogo.

NÃO FORÇE A PERFEIÇÃO

A figura clássica de filhos reprimidos por não serem exatamente os melhores, em determinado assunto, é algo muito nocivo. Ninguém é perfeito e as crianças não podem sofrer em demasia por estarem aquém das expectativas. A melhora das habilidades do seu filho devem acontecer através de incentivo, não de pressão.

CONHEÇA OS SEUS FILHOS

Uma boa educação é baseada num conhecimento profundo. Quanto mais tempo passamos com os filhos, mais aprendemos com eles e a respeito deles. Esta dica serve para guiar o seu trabalho nas dicas anteriores: saber a personalidade, perfil emocional e características de seu filho ajuda a guiar o trabalho de educar em todas as situações.


Fátima Poucochinho

Psicóloga Infanto Juvenil

O CIUME ENTRE IRMÃOS...ALGUMAS DICAS...



O relacionamento “ conturbado” entre irmãos e o ciúme que muitas vezes surge associado é, regra geral, normal mas, se excessivo, esse sentimento não pode ser minimizado e precisa ser observado com atenção. 

O ciúme faz parte do ser humano e não é prejudicial por si só mas, deixa de ser saudável quando a pessoa fica totalmente centrada na outra, fixada no ciúme.

O ciúme mais comum na infância nasce com a chegada de um irmão. Quando a família “ganha” um novo bebé, o filho mais velho, que até então recebia atenção exclusiva dos pais, pode ter problemas para aceitar que terá de dividir o afeto com alguém. E quanto mais agarrado aos pais for essa criança, mais dificuldade ela terá em aceitar o novo membro da família.

No momento da chegada do bebé, todos os envolvidos no quotidiano da família, mesmo que de forma involuntária, contribuem para alimentar esse ciúme. As pessoas levam presentes para o recém-nascido, dizem que ele é lindo, e a criança não guarda a memória de que também recebeu esse tipo de atenção.

Para minimizar a dificuldade de adaptação ao novo membro da família, sugiro algumas dicas:

• Uma manifestação comum desse ciúme é a regressão do mais velho, que pode voltar a ter comportamentos que já havia abandonado, como fazer xixi na cama ou chamar pelos pais durante a noite. É importante que os adultos entendam que é um pedido por amor e atenção. Ele está a testar se ainda gostam dele.

• Para que o seu filho não fique muito enciumado com a chegada do irmão, os pais devem cuidar desse sentimento ainda durante a gestação. A inclusão dele na vida do novo membro da família desde o início é uma das formas de criar laços. Porém, evite cair na armadilha de construir falsas esperanças. Às vezes, a família gera a expectativa no filho de que ele terá um companheiro, mas aí o bebé só dorme. É importante dizer ao filhote mais velho que vai ter um irmãozinho, que no início vai precisar ser cuidado, tratado, para mais tarde, quando crescer, poder brincar com ele. Assim, ele não se frustra.

• Após o nascimento do bebé, quando ele ainda exige muita atenção da mãe, o pai ou outros familiares podem dedicar mais atenção ao mais velho para que ele não se sinta deixado de parte.

• Nunca em momento algum compare os seus filhos entre si pois isso vai incentivar a competição entre eles, principalmente domais velho para o mais novo que acaba por sentir que tem algo a provar. Tente ver e referir sempre o lado positivo em cada um dos seus filhos, motivando-os a serem eles mesmos.

• Em qualquer caso, o ciúme, para ser percebido, exige pais atentos à forma como os filhos se tratam. Se esse sentimento provoca agressividade, se uma criança está a agredir a outra, é preciso intervir.

• Uma das maneiras de lidar com o problema é, em vez de chamar a atenção ou castigar o seu filho quando ele demonstra ciúme, valorizar quando ele tem o comportamento oposto. Dar atenção aos momentos bons, quando ele for doce ou partilhar.

• Individualize a relação, garantindo que cada filho tenha momentos de exclusividade com os pais.

• Nunca deixe uma manifestação de ciúme passar em branco. Geralmente, quando os pais percebem uma manifestação pequena, agem como se não fosse nada, mas, se a criança fala que o irmão tem mais privilégios ou algo assim, não se pode negligenciar. Fale com a criança e tente perceber o seu sentir e chame-a à razão com argumentos validos mas adequados à idade para que ela os possa entender.

A boa noticia é que quase sempre o sentimento é superado à medida que a criança cresce - quando ela consegue compreender que os pais têm amor para ambos - e não vai impedir que os irmãos construam uma boa relação para a vida. A compreensão vem com a maturidade.
:)

Fátima Poucochinho

Psicóloga Infanto Juvenil

FAMÍLIA....A QUALIDADE E QUANTIDADE DO TEMPO QUE PASSAMOS COM ELA....



O tempo que investimos na família mostra a importância que damos a ela. A QUALIDADE é importante, sem duvida mas, não é suficiente.... é preciso "alguma" QUANTIDADE que seja suficiente para suprir as necessidades de cada membro envolvido.

Há tantas coisas que podemos fazer em família...A família pode jantar junta, fazer uma caminhada, desligar a TV e conversar, passear na praia, assistir um filme.

Hoje em dia muitos adolescentes preferem qualquer atividade com os amigos do que conversar com os pais e isso acontece porque, em muitos casos, não há esse hábito dentro de casa.

O excesso de compromissos profissionais e o pouco tempo para o convívio familiar é um desafio a ser vencido todos os dias a partir de atitudes simples, como uma conversa.

Os pais devem estar ao lado dos filhos em todos os momentos, mesmo aqueles que não passam de “coisas de criança”. Gravidez precoce, envolvimento com drogas e rebeldia geralmente "nascem" no silencio no lar.

Ter tempo para os filhos é importante para o futuro deles e também para o nosso.

Encontrar um equilíbrio entre as nossas atividades profissionais e sociais é o desafio de todos os pais mas é um desafio que precisa, dentro da estrutura propria de cada família, ser superado porque a falta de tempo com os filhos pode ter resultados devastadores no comportamento deles. Rebeldia, intolerância, falta de limites, problemas de aprendizagem, são apenas alguns.

NUNCA É TARDE DE MAIS…



Nunca é tarde de mais para mudar a relação com o seu filho(a). Não falo de mudar o seu filho. Não é disso que se trata…Trata-se de mudar a SUA relação com ele.

O seu filho adolescente tem comportamentos que considera inaceitáveis. é mal-educado, é rebelde, respondão, prefere mil vezes estar com os amigos do que fazer aquele programa familiar de que tanto gostavam. Parece que mudou de um dia par ao outro. Não a ajuda, não coopera, parece sempre chateado ou mesmo zangado com o mundo e consigo que não se recorda de lhe ter feito mal algum.

Pois… mas não não pode mudá-lo!

Há no entanto algo que pode fazer. Pode re-analisar a forma como se relaciona com ele(a). Pode reformular a forma como comunica com ele.
Como?

- Divirta-se com ele, nesta fase o seu sentido de humor está apurado. Ria-se.

- Crie oportunidades de fazerem algo juntos que vos deixe felizes.

- Aprecie o momento, direccione o humor do dia com um enorme sorriso logo de manhã e um abraço de Bom dia.

- Reaprenda a estarem juntos, respeitando o espaço e identidade do seu filho…Isso é importante e essencial para que consigam manter uma relação a cada dia mais positiva.

- Acredite que ele é capaz. Não duvide das suas capacidades. Aponte-as. Fá-lo-á sentir que está atento ao que ele tem de especial.

- Encoraje-o para que ele consiga nesta fase que lhe traz tantas dúvidas sobre si mesmo, criar uma auto-estima mais firme e positiva e que aprenda a gostar de si mesmo, tornando-se mais confiante, mais responsável e, acima de tudo, mais feliz.

Ser Pai/ Mãe de um(a) adolescente não é fácil… Implica estar atento e respeitar a sua liberdade enquanto pessoa em crescimento. Mas lembre-se que ser adolescente também não... Acordar todos os dias à procura do seu lugar no mundo e com toda a pressão do que os outros esperam dele e o que ele ainda não conhece dentro de si, também não é tarefa fácil….

Abra o seu coração ao percurso dele. Ao vosso percurso juntos. Vai descobrir que, afinal, Nunca é Tarde de mais.
:)

A IMPORTÂNCIA DE CONTAR HISTORIAS…



Cada vez mais a crianças vão perdendo essa capacidade fantástica que é sonhar, imaginar….Isso acontece porque, entre outros motivos, a magia deixou de ser “trabalhada”com os pequeninos, deixou de ser estimulada por nós, adultos.

Uma das melhores formas de manter a magia viva são as historias…OS CONTOS DE FADAS!

Do ponto de vista dos adultos, as respostas que os contos de fadas dão são mais fantásticas do que reais. No entanto, estas soluções, tão incongruentes para alguns adultos, são as únicas que as crianças (principalmente em idade pré escolar) conseguem compreender, e isto porque lhes falta a compreensão abstracta necessária para dar um sentido ao concreto, ao real.

As explicações científicas exigem um pensamento objectivo. Nenhuma criança em idade pré-escolar pode verdadeiramente aprender estes dois conceitos, sem os quais a reflexão abstracta é impossível.

A criança sente quais dos muitos contos de fadas são a verdade para a sua situação interior de momento (a qual ela não sabe, por si só, gerir), e sente também em que ponto da história esta lhe dá uma achega para poder enfrentar um problema difícil.
Mas isso não é imediatamente resolvido, nem se consegue quando se ouve um conto de fadas pela primeira vez. Alguns dos elementos do conto são demasiado estranhos – como têm de sê-lo, a fim de se dirigirem a emoções profundamente escondidas.
Só com a repetição frequente do conto, e quando tenha tido tempo suficiente e oportunidade para se debruçar sobre ele, é que a criança pode aproveitar plenamente o que a história tem para lhe oferecer no tocante à compreensão de si própria e do mundo.

Só então as livres associações da criança produzem o sentido mais pessoal do conto; só então o conto a ajuda a resolver os problemas que a oprimem.

Conheci pais cujos filhos reagiam a um conto de fadas dizendo “Gostei”, e assim apressavam-se a contar-lhes outro conto, pensando que mais um conto aumentaria o prazer da criança. Mas o comentário do filho exprimia provavelmente um vago sentimento de que a história tem qualquer coisa de importante para lhe comunicar – qualquer coisa que se perderá se não se ler à criança de novo a história, e se não se lhe der tempo para a aprender.

Desviando os pensamentos da criança prematuramente para uma segunda história, poder-se-á desfazer o impacto da primeira, ao passo que, fazendo-se isso mais tarde, se poderá antes aumentá-lo.

Quando lemos contos de fadas aos nossos filhos, ao deitar, eles (dependendo do modo como contamos a historia e da entoação que lhe damos) parecem fascinadas. Mas, muitas vezes, não se lhes dá a oportunidade para contemplarem os contos ou para reagirem; elas são imediatamente arrebanhadas, ou para outra actividade ou para outra história diferente da que lhes contaram antes, o que dilui ou destrói a impressão que o conto criou.

Quando damos às crianças tempo suficiente para reflectirem sobre a história e quando as encorajamos a falar no assunto, então conversas posteriores revelam que, emocional e intelectualmente, a história oferece-lhes muito.

Por tudo isto deve dar-se à criança a oportunidade de – vagarosamente – assimilar um conto de fadas, fazendo a junção das suas próprias associações com o conto.

Alerto para a desvantagem dos livros ilustrados, hoje tão preferidos por adultos e crianças, mas que acabam por, com as ilustrações, distrair em vez de ajudar - as ilustrações afastam a imaginação da criança daquilo que, por si próprias, e sem ajuda, elas sentiriam graças à história. A história ilustrada perde muito do conteúdo pessoal que poderia trazer à criança.

Fátima Poucochinho

A CRIANÇA PROBLEMA!



Muitas vezes deparo-me, em contexto clínico, com crianças que são levadas para observação psicológica mas que, no final...não passam de crianças problema!!!!
E o que é isso de crianças problema?

Passo a explicar...

A criança problema é a “campainha” de alarme que toca, e que avisa que algo está errado.

O principal problema das crianças problema é que elas trazem à tona os problemas que a família e o casal (muitas vezes de forma insciente) haviam muito cuidadosamente mantido sob controle, escondidos e camuflados.

A criança problema vem destapar o que não é para destapar e acaba por trazer à tona o que a família, os pais, querem a todo o custo não ver: os seus próprios problemas enquanto estrutura familiar!.

É complicado conviver com uma criança assim....ao fim e ao cabo, ela acaba por ser a fonte de angustia dos pais a partir do momento em que aponta através de seu comportamento, as “falhas” inerentes às relações familiares e, entre questionar a estrutura familiar ou “tratar” a criança, geralmente os pais optam pela última opção.

Às vezes precisamos, nós, pais, parar e pensar que é possível que a criança esteja, com o seu problema, a pedir-nos para que nos libertemos de algo que possa não estar bem em NÓS, pais.

As crianças são realmente seres maravilhosos....Pelo facto de serem crianças, ainda tem uma forma de pensar muito pura, genuína, então, reagem com força contra aquilo que os pais, por falta de condições e/ou sensibilidade, acabaram por aceitar e transformaram numa segunda natureza... E neste contexto, surge a criança problema, que afinal mais não é do que a realidade “feia” que os pais preferem não ver e que escondem atrás da realidade “bonita” que entretanto criaram.

É tão mais fácil dizer “ o meu filho/a tem um problema...já tentei tudo mas nada...tenho de leva-lo ( A ELE/ELA) ao psicólogo”. Como se a criança fosse um ser isolado, desintegrado de tudo o resto, nomeadamente a sua estrutura familiar!

Fátima Poucochinho

FAMÍLIA...



Entre as varias funções da família,destacam-se, sem duvida as relacionadas com:

a) Proporcionar afeto logo desde cedo, aspecto fundamental para garantir a sobrevivência emocional da criança;

b) Servir de suporte e funcionar como meio securizante para as ansiedades e problemáticas da criança, auxiliando-a a superar períodos de crise, próprios do seu desenvolvimento emocional;

c) Criar um ambiente adequado que permita a aprendizagem das tarefas escolares e do consequente desenvolvimento intelectual da criança.

A família é, sem duvida, um lugar privilegiado de afeto, no qual estão inseridos relacionamentos íntimos, expressão de emoções e de sentimentos...É no interior da família que a criança mantém os seus primeiros relacionamentos interpessoais com pessoas
significativas, estabelecendo trocas emocionais que funcionam como um suporte afetivo importante quando a criança atingem a idade adulta.

Estas trocas emocionais estabelecidas ao longo da vida são essenciais para o desenvolvimento da criança e para a aquisição de condições físicas e mentais centrais para cada etapa do desenvolvimento psicológico da mesma.

Fátima Poucochinho

PORQUE DEVEMOS EVITAR GRITAR...




Em primeira instância é importante lembrar que, gritar assusta, inibe, amedronta e...NÃO educa!

Existem outras ferramentas educativas bem mais eficazes como a expressão facial e o tom de voz...Pode usar um tom de voz mais alto e/ou firme, mas não é necessário gritar.

As crianças acostumam-se com os gritos e,se num primeiro momento a criança pará porque que se assusta (não porque está a respeita-lo) rapidamente o grito deixa deixa de ter qualquer efeito.

Mais vale, quando a criança faz algo menos correcto, falar com firmeza, olhá-lha nos olhos e fazer com que ela entenda que está chateada/o com a tal atitude e não propriamente com ela.

É QUE GRITAR NÃO EDUCA...Assusta inicialmente mas depois apenas mostra à criança que essa é a forma de nos impormos perante os outros...ao gritar é esse o exemplo que está a dar e,a criança,segue SEMPRE o exemplo do adulto...

Fátima Poucochinho
Psicóloga infanto-juvenil

CONFLITOS ENTRE IRMÃOS…DEVEM OS PAIS INTERFERIR?



Os atritos fazem parte do relacionamento entre irmãos, sendo através deles que cada um constrói a sua própria identidade. A rivalidade entre irmãos não é mais do que uma disputa por um espaço.

As crianças, especialmente de idades próximas, zangam-se e lutam porque ainda não sabem lidar com os seus próprios sentimentos. Acabam por expressar-se através da agressividade. Às vezes a agressividade pode ir mais longe e podem magoar-se a serio…na minha opinião, os pais devem intervir mas, sempre tendo em conta que há situações e situações e, os pais devem avaliar cada situação antes de agir.

As zangas entre irmãos fazem parte da vivência da infância, por isso o diálogo é fundamental. A criança deve aprender desde cedo a saber pôr-se no lugar do outro para perceber que a sua ação provoca um impacto no irmão e vice-versa.

Se o pai ou a mãe tem consciência de que um deles agiu com má-fé, é importante que a criança perceba que pensam dessa maneira e porquê. Assim, ela aprenderá a tomar consciência das suas atitudes e das consequências dessas atitudes.

Promover o diálogo é MIL VEZES mais eficaz que a punição, porque faz a criança compreender o que de fato aconteceu.

Os pais devem interferir, sim mas, de forma adequada...não devem tirar partidos ou pôr os dois de castigo mas sim aproveitar esse momento para ensinar valores e princípios aos filhos. O importante não é apenas conter a zanga e conversar, mas possibilitar um momento de reflexão.

Para além deste “intervir”, é preciso garantir os espaços de cada filho….Um não pode destruir o lazer do outro. Se, por exemplo, no vosso momento de brincar em família ficam aflitos porque um gosta de brincar com os carrinhos e o outro prefere desenhar, sugiro que promovam uma brincadeira de cooperação, em que cada um ajude o outro.


Fátima Poucochinho
Psicóloga Infanto juvenil

A VIOLÊNCIA DE UM PAI SOBRE O OUTRO E OS EFEITOS NA CRIANÇA....



Quando existe violência domestica, para além do marido e da mulher, existem outras vítimas, tão importantes quanto as agredidas, que muitas vezes são esquecidas: as crianças. 
São crianças que inicialmente se fecham num silencio profundo, silencio esse que esconde um sofrimento e angustia tremendos, e marcas que por vezes ficam para toda a vida.
Isto acontece porque, no cenário de “guerra” que se instala nestas situações,, a luta é travada entre pessoas com as quais a criança se identifica e que são, para ela, figuras supostamente securizantes.
Presenciar a violência de um pai sobre o outro, produz efeitos tão negativos na criança como quando ela é o alvo direto da violência por parte das figuras parentais.

Quando o conflito se instala, não há forma de poupar sofrimento aos mais pequenos pois, ainda que se trate de bebés, estes captam os sinais de mau estar, de agressividade, mesmo não lhes sabendo dar um nome, nem compreendendo o seu significado.
Infelizmente, regra geral, a primeira leitura da criança ante a situações de violência dos pais entre si, é a responsabilização pelo mau trato físico ou pelas discussões constantes entre os pais. Frequentemente, os próprios pais, em vez de tentarem minorar o sofrimento das crianças, usam-nas como uma "arma" contra o outro progenitor.

A vergonha em revelar aos outros que os pais vivem em guerra faz com que a criança se feche e viva só no seu mundo, com problemas graves em termos emocionais, cognitivos e comportamentais.

Em termos emocionais, é habitual estas crianças manifestarem reações de medo, agressividade, culpa, ansiedade, insegurança e confusão. A ambivalência de sentimentos em relação ao agressor e à vítima é também frequentemente.

Em termos cognitivos, estas crianças apresentam uma menor capacidade de resolução de problemas e baixos níveis de realização académica.

Em relação ao comportamento, são crianças que acabam por interiorizar a violência como forma legítima de obter poder e controlo sobre os outros., revelando-se tal sintomaticamente através de problemas de adaptação, dificuldades de relacionamento interpessoal e manifestação de comportamentos mais agressivos perante os pares ou adultos.

Por tudo isto, é importante não esquecer....na violência domestica não existe apenas a vitima adulta efetivamente agredida...Existe também a criança, que assiste, observa e...(des)aprende.

Fátima Poucochinho

A HORA DE DORMIR E O MEDO DOS PESADELOS...


A HORA DE DORMIR E O MEDO DOS PESADELOS...

Embora os pesadelos não constituam por si só razão para alarme, os pais podem tomar algumas medidas no sentido de ajudar os filhos a lidar com eles. Aqui ficam algumas sugestões

- Para ajudar o seu filho tem de "entrar"no mundo dele...o seu filho acredita piamente que existem monstros. Se tiver com ele a conversa de que monstros não existem, o seu filho vai sentir que não o entende e não o consegue ajudar...Se pelo contrario tentar perceber como é o "monstro" do seu filho para juntos descobrirem as suas fraquezas e o derrotarem, a criança vai sentir-se mais segura e, logo, menos ansiosa;

- Na sequência da estratégia anterior, tente mostrar-lhe que, tal como nos desenhos animados, também nos sonhos só vencem os bons. Sendo ele a personagem boa vencerá todos os monstros que se atravessarem no seu caminho. Pode ainda ajudá-lo a encontrar um objeto preferido e especial que ele veja como protetor. Este objeto pode ficar ao seu lado na cama, de forma a protegê-lo contra as personagens más dos seus sonhos.

- Crie uma rotina de descontração e carinho na hora de deitar. A leitura de uma história, sem monstros nem fantasmas pode ser uma boa estratégia para que o seu filho possa adormecer de forma mais calma e serenamente.

- Ensine-o desde cedo a dormir sozinho. Se o fizer estará a incutir-lhe confiança e segurança. Se o tempo que o seu filho dorme consigo se prolongar demasiado no tempo ou se for sempre para junto dele até que adormeça, só facilitará o aparecimento de medos.

- Mesmo que esteja preocupado com os pesadelos do seu filjo, não o demonstre na presença da criança. Se o fizer, a criança sentirá que eles constituem realmente razão de preocupação. A atitude de desdramatização é sem dúvida a mais correta.


Fátima Poucochinho