sexta-feira, 19 de abril de 2013

CONTEXTO FAMILIAR SINCRÓNICO E ASSINCRÓNICO E CONSEQUÊNCIAS NAS CRIANÇAS



O contexto familiar afeta de forma muito significativa a efetividade dos estímulos discriminativos aos quais a criança responde, bem como a efetividade dos reforçadores disponíveis no ambiente.

Assim, numa estrutura assincronica, ou seja, onde pai e mãe não se entendem e um diz A e o outro diz B, acaba por gerar-se um ambiente sentido pela criança como caótico, caracterizando-se o mesmo por respostas pouco coerentes e pouco consistentes que acabam por baralhar a criança e não gerar nela a segurança necessária para crescer de forma saudável.
Crianças que vivem em contextos destes são crianças que tem mais dificuldade em respeitar regras, em adequar-se aos diferentes contextos onde se integram e apresentam mais dificuldade em estabelecer relações sociais saudáveis com os seus pares.

Por outro lado, uma estrutura familiar que funcione de forma sincrónica, ou seja, onde pai e mãe tomam decisões ponderadas entre os dois e onde ambos se respeitam e conversam sobre as estratégias a delimitar com os filhos, existe uma muito maior probalidade da existência das chamadas “respostas de obediência”, ou seja, existe uma muito maior probalidade da criança, em função de perceber o conceito de regras, limites e respeito, apresentar também ela comportamentos e posturas de acordo com esses valores. Neste ambiente, ou seja, no ambiente sincrônico, as reações parentais ao comportamento infantil são apropriadas, ou seja, acontecem "no tempo certo e da maneira correta", sendo uma das características do ambiente sincrônico a responsividade parental.

Basicamente o termo responsividade parental abarca 3 importantes conceitos:
• Os pais devem reagir de imediato, no momento em que acontece a situação problema;
• Devem reagir de forma consistentemente, ou seja, por cada vez que existe o comportamento problema a reação deve ser a mesma
• Devem reagir de forma coerente, ou seja, devem tomar a mesma atitude, SEMPRE que o comportamento problema é feito pela criança. Tomar uma atitude umas vezes, e não fazer nada noutras ,é pior do que não fazer nada!

Quanto mais responsivos forem os pais, maior é também a probalidade de ocorrência de obediência por parte das crianças, sendo claro que a obediência infantil, ou seja, o saber funcionar com regras e limites e respeitá-las nos vários contextos em que estão inseridos, é influenciado pelos padrões de respostas parentais.

Em suma, a capacidade de saber respeitar regras e de construir/adquirir uma boa estrutura emocional, equilibrada e saudável, encontra-se em relação direta com o modo como os pais se impõem perante a criança. Desta forma, a obediência ocorre como função direta de um contexto sincrônico composto principalmente por reações consistentes dos pais ao comportamento infantil...Quando a sincronia é alta, as crianças estão aptas a obedecer às instruções parentais e quando a sincronia é baixa, existe uma muito maior probalidade de se gerarem comportamentos de oposição quer em relação às suas figuras de referência, quer em relação aos outros adultos à sua volta.

Fátima Poucochinho
Psicóloga Infanto Juvenil

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