A timidez é,de facto,uma característica de personalidade que nasce com a criança, característica essa que devemos respeitar,não exigindo à criança que ela mude ou que adopte comportamentos que não a fazem sentir bem consigo mesma.
Se a criança se sente bem no seu próprio universo, se alimenta, sorri, dorme normalmente, brinca e conversa, não há problema.
No entanto,mesmo aceitando a timidez como um traço da personalidade, é preciso que a criança seja educada para lidar com esta característica. Há muitas formas de se incentivar a sociabilidade da criança, mas tudo com cautela. Sem pressões.
1. Os pais devem impor um limite para o tempo que a criança passa em frente à TV,ou em frente ao computador e proporcionar-lhe possibilidades para se relacionar com outras crianças, como a prática de desportos, passeios, viagens e actividades artísticas.
2. O pôr a criança em escolas de teatro para “desinibir”, nem sempre funciona. Tudo é uma questão de se observar. Cada criança é única. Portanto, impor atividades com as quais ela não se identifique pode fazer com que se feche ainda mais, gerando até mesmo atitudes agressivas. Tente perceber os seus interesses e integrá-la em actividades onde estes estejam presentes.
O melhor é oferecer alternativas para que ela descubra qual a atividade que gosta e em que lugar se sente mais à vontade. Os pais devem permitir que exerçam aquilo que preferem.
3. A criança tímida merece ser tratada com naturalidade e, o mais importante, com respeito. Vivemos uma época em que os mais falantes e com facilidade de se expor são mais valorizadas o que provoca na criança tímida problemáticas relacionadas com a auto estima...Valorize a criança,sem exageros,no que ela faz bem!
4. Procure não colocar a criança em situações constrangedoras, imaginando que assim ela acabará por vencer os seus medos. Por exemplo, não faça uma festa surpresa ao seu filho, muito menos convidando todos os colegas. Opte por uma reunião com os amigos mais chegados, até ele próprio se sentir seguro e pedir algo maior.
No entanto, fica o alerta:
TIMIDEZ NÃO SIGNIFICA TRISTEZA! Se vier acompanhada de sofrimento, o melhor a fazer é levar a criança para que seja observada por um psicólogo para despistar alguma situação mais complicada como um quadro depressivo.
Fátima Poucochinho
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