sexta-feira, 22 de março de 2013

SEPARAÇÃO E INDEPENDÊNCIA…



Quando a criança nasce, existe uma ligação à mãe muito “fusionada” onde, para o bebé, mãe e ele são um só…o bebé acha que é parte da mãe e não consegue ainda perceber-se como um ser único; não consegue ainda perceber a sua individualidade.

Por volta dos 6 meses a criança passa a perceber que ele e a mãe são dois seres diferentes. Cognitivamente é uma etapa muito importante mas, ao mesmo tempo vai gerar muita ansiedade. A ligação com a mãe é tão forte que a criança vai reagir cada vez que sentir que se vai separar de si …É nesta fase que se inicia um medo de abandono conhecido como ansiedade de separação, medo este que pode durar até os 2 anos. A criança tem medo que a mãe desapareça e não volte. Este sentir tem a ver com o facto do bebé não ter ainda maturidade suficiente para perceber as coisas à sua volta para além do concerto…a sua capacidade de abstração ainda está em fase de construção!

Com o passar do tempo, e à medida que se vai tornando mais sociável e mais madura neurologicamente, a criança começa a sentir mais confiança no regresso da mãe e é essa confiança que vai possibilitar que se aventure por conta própria e, consequente, que comece a descoberta do seu EU!

Entre os 2 e 3 anos, a vontade de ser independente vai ficando cada vez maior e a criança vai começar a testar os seus limites…E outra fase começa: a individualização e a autonomia da criança…o Eu da criança está em plena construção…O seu filho está a crescer!!!!

No desenvolvimento da criança tudo se passa assim…por escadinhas! Primeiro uma escadinha, depois outra escadinha, até que progressivamente a criança vai crescendo emocionalmente e vai-se conhecendo como pessoa!

No entanto, para que a criança possa subir essas “escadinhas” de forma saudável é preciso que ele tenha vontade de explorar o mundo, é preciso que ela queira efectivamente avançar. A criança só avança se sentir confiança e, essa confiança constrói-se através do vínculo que entretanto conseguiu estabelecer com a mãe… Uma criança que tem amor e cuidados constantes adquire a confiança necessária para soltar-se.

Esse forte elo tem que ser construído desde o nascimento. Pequenos gestos, como responder ao choro do bebé, alimentá-lo quando ele está com fome, muita conversa e sorrisos, ajudam a formar esse importante elo... E o fato do seu filho estar mais independente não quer dizer que precise menos do seu carinho. Embora menos dependentes, as crianças continuam a querer miminhos e atenção por parte dos pais.

Estimule os momentos de descoberta, mas mantenha os braços abertos para quando o seu filho voltar a correr para se assegurar da sua presença. Esse tipo de conforto dos pais ainda será necessário por muito tempo :)


Fátima Poucochinho

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