domingo, 24 de março de 2013

PORQUÊ QUE AS CRIANÇAS MENTEM?



São muitos os motivos que podem levar a criança a mentir. No entanto, a mentira, seja por que motivo ela exista, não deve ser desculpabilizada sendo muito importante conversar com a criança acerca desse acto e das consequências do mesmo.

Um dos motivos porque a criança pode estar a usar a mentira é o facto de estar a passar por um momento difícil e estar a usar a mentira como forma de esconder o que está a gerar-lhe mau estar.

Nestas situações é importante estar atento a outros possíveis sinais para além da mentira… as dores de cabeça ou barriga que passam de forma repentina, o choro compulsivo que passa também repentinamente….Conversar continua a ser a forma que considero mais eficaz e adequada para lidar com a situação. É importante a criança perceber o impacto da mentira e, analisar, junto com os pais, quais as consequências não dessa mentira em especial mas, do mentir como acto isolado. É importante ficar bem sublinhado que a principal consequência é a perda da confiança das pessoas, na pessoa que mente.

A criança pode também estar a mentir por imitação do exemplo que observa em casa. Não quer dizer que o façam de forma consciente ou directamente relacionada com ela mas, se a criança ouve os pais verbalizarem “amanhã não me apetece ir trabalhar…vou dizer que estou doente” ou “ não me apetece falar com a vizinha…atende e diz que não estou ou que estou a dormir” ou “ amanhã podes ficar em casa comigo mas dizes à professora que estiveste doente”, a criança interioriza a mentira como algo banal e até justificável Uma criança não entende quando os pais dizem “não deves mentir” e, depois, quando alguém com quem ele não quer falar liga, o pai pede para dizer que não está. O melhor é evitar essas situações e, dar o exemplo!

A criança também pode mentir para agradar. Pode mentir por achar que se dizer a verdade a outra pessoa vai ficar triste e, aqui é muito importante que os pais mostrem à criança que ela não precisa dizer que adorou o brinquedo que a avó deu, se ela não gostou, mas que ela deve sempre agradecer, porque a avó pensou nela com carinho quando lhe comprou o presente. Ao fazê-lo está não só a ensinar a criança a não mentir como também está a ensinar-lhe a ser assertiva, ou seja, está a ensinar-lhe que existem varias maneiras para dizer o que sentimos e que o podemos fazer de forma a não magoar os outros, não mentindo também.


O saber lidar com a mentira através do dialogo é fundamental para que ela vá deixando de existir…Só através do dialogo calmo, introspectivo (fazer a criança pensar na sua escolha e nas consequências da mesma) a criança vai conseguir perceber que, ao mentir, está a fazer com que o adulto e os outros de quem gosta e que gostam dela fiquem tristes

É necessário conversar com a criança sobre o comportamento que teve ao mentir, centrando-nos sempre no seu comportamento e não na sua personalidade. Nós, pais, somos os “pedreiros” da estrutura psíquica dos nossos filhos. Para que essa estrutura seja firme e não desabe ao mínimo abano é preciso muito cuidado com o modo como colocamos cada tijolo. Temos que os colocar com muito cuidado, cimentar muito bem, e ter muito cuidado para não colocar tijolos “estragados” com falhas…

Perceber, entender, ajudar a ultrapassar e fazer com que não se repita, é a melhor forma de ajudar a criança e é uma tarefa que, enquanto “pedreiros” da sua “casa” temos de realizar com o máximo cuidado.

Fátima Poucochinho

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